Operação Carne Fraca
O que é a Operação Carne Fraca ?
Publicado em 03/05/2017 08:36
Operação carne fraca: O que preciso saber?
Com as ultimas investigações realizadas pela policia federal envolvendo a comercialização de carne no Brasil é normal que aparecem dúvidas e até certo receio quanto ao consumo do produto. As informações veiculadas ainda não foram comprovadas, mas a segurança alimentar é um tema de grande importância, por isso, há que se alertar sobre a necessidade de cuidados na hora de escolher alimentos.
Inicialmente é preciso esclarecer alguns fatos muito importantes para o melhor entendimento da questão. Entre os possíveis delitos cometidos pelas indústrias investigadas está o uso de aditivos para mascarar os sinais característicos de alimentos vencidos, como por exemplo, o ácido ascórbico, conhecido popularmente como vitamina C, presente naturalmente em diversos alimentos. Seu uso em produtos cárneos, que é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tem como finalidade retardar o aparecimento de reações oxidativas, ou seja, conservar e ajudar a manter as características originais do produto. Entretanto, o uso indiscriminado visando encobrir falhas no processamento de alimentos ou alterar a qualidade da matéria prima utilizada é proibido, sendo essa a preocupação que motivou a investigação. Apesar de seu consumo não ser cancerígeno, como divulgado em alguns meios de comunicação, a ingestão prolongada de quantidades superiores a 2 gramas ao dia pode levar a problemas gastrointestinais e formação de cálculos renais. Já a carne vencida, assim como qualquer produto, após a data de validade, pode apresentar aumento na atividade microbiana, que acarretará em sua deterioração. Alguns microrganismos podem causar danos simples como diarreia e vomito, ou até morte. Os sintomas vão depender do tipo de microrganismo e da saúde do consumidor. Crianças, idosos e imunodeprimidos (pessoas que passaram por transplantes ou portadoras de doenças que afetam o sistema imune, como câncer) podem apresentar reações mais graves nos casos de contaminações por agentes patogênicos mais perigosos, como por exemplo, a Salmonella.
As boas práticas de produção e industrialização são fundamentais. Por isso, a fiscalização deve atuar de forma a garantir a qualidade dos produtos colocados à disposição dos consumidores e os mesmos por sua vez, devem estar atentos e cobrar a certificação de origem e de inspeção dos produtos no estabelecimento onde estiverem sendo consumidos, além, é claro, de estar sempre atento ao aspecto, textura e odor dos itens nas prateleiras.
Elisa Maria Lopes Grande
Nutricionista -Fiscal Sanitária
por Assessoria de Imprensa